Se a mentira tivesse pernas curtas, tudo bem. Porque a gente ganharia tempo entre a mentira e a reação por mais que fosse dolorosa…
Fato é que a mentira não tem pernas. A mentira não cola internamente. E quando falo de mentira, falo de tudo aquilo que a gente não acredita em um determinado momento que seja verdade.
Exemplo: Naquela época, eu acreditava que o inglês era importante para a faculdade. Hoje, eu preferiria que quem entrasse para a faculdade sem saber inglês organizasse um projeto em que os materiais obrigatórios fossem traduzidos! (meu lado ativista, né?) Porém, naquela época, a idéia ainda não havia ocorrido a minha pessoa. Portanto, eu dizia em sala que o inglês era importante para a faculdade, dizia isso com verdade interna, e colava. Ficava com uma boa sensação. Imagino que nem todos acreditassem, mas não havia discussão, ao menos, quanto à verdade de minhas intenções ao dizer (os alunos ao menos consideravam essa hipótese com carinho e respeitavam a minha opinião).
Porém, eu NUNCA acreditei que para que o ambiente em sala fosse produtivo todos deveriam ficar sentados o tempo todo, quietos, me ouvindo e repetindo como máquinas. Conclusão: quando eu, movida por algum medo ligado a minha imagem, queria dar uma palestra sobre a importância deles fingirem de mortos, adivinha o que acontecia?
Pois é, não colava!
A mentira não tem pernas…